terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Morando em Londres

Cheguei em Londres

Pois é, pessoal, depois de orar 1 ano por esse mestrado eu finalmente cheguei. Só gostaria de dizer que estou muito agradecida a Deus, pois eu e a Lukiana (da igreja) orávamos toda quarta-feira no meu apartamento. Ela orava por mim e eu orava por ela. Mais conversávamos do que orávamos, mas sabíamos que tínhamos que falar tudo o que estava acontecendo para saber como orar. Falávamos por 2 horas e orávamos por 5 minutos haha. Mas Deus respondeu TODAS as orações. TODAS mesmo. E sempre orávamos por esse mestrado. E eu já tinha desistido de ir quando Deus deu uma visão à outra Luciana Frota (da cultura Inglesa) de que eu estava estudando fora do Brasil. Aí foi só o que eu precisava para procurar do mestrado de novo. E o mestrado surgiu do nada, pois eu já tinha visto em todas as agências e não tinha nada. Desisti da Inglaterra e tentei achar na Austrália e nada. Irlanda e... nada. E minha última opção era EUA. Quando resolvi ligar para a Worldstudy chegando o final do ano para ir ao País de Oba!ma hihi, o Andrews simplesmente me diz que não daria para ir, que eu deveria ter visto com mais antecedência. Nhém. Aí eu decido comentar com ele: ah, é porque eu decidi ir aos States (como fala ator de novela) já que vocês não têm nada para Inglaterra (já tinha visto nesta agência antes). Ao que ele responde: temos sim, acabei de chegar do RJ com uma opção de mestrado! Ui, quando eu decido perguntar lentamente com medo da resposta: onde? Ora, onde, em Londres. Meu

coração pulou como se tivesse sido ressuscitado. Pronto, estava ali. E eles ainda queriam que eu fizesse o IELTS. E eu perguntei se eles aceitavam o meu CPE de Cambridge, pois o IELTS não tem em Manaus. Ao que dizem: aceitamos o seu CPE. Pronto. Era isso. O papi pagou tudo quase no final de Dezembro. Ou seja, a escola estava já fechada e minha agonia toda até janeiro e início de fevereiro foi grande. Mas hoje estou aqui depois de uma imigração severa. O rapaz que me atendeu no guichê não via onde estava escrito que a escola tinha aceitado-me. A escola mandou tanta carta que ele disse o seguinte: eu preciso checar isso. Levou-me para um lugar ao lado da fila da imigração que mais parecia um cercado para cavalos ou jumentas haha. Fiquei lá esperando. Outra brasileira chega para esperar “pacientemente” a decisão deles. Tinha vindo sozinha que nem eu. Acreditam que o cara foi ligar para a minha escola? Pois é. E eu estava com lágrima nos olhos e com dor de barriga que a de D. Pedro I não se compara. Depois de um pouco ele volta dizendo que estava tudo bem e eu fui novamente ao guichê. Acho que ele ficou com vergonha e nem pediu para ver mais nenhum outro documento. Mandou-me para o departamento médico.

Chegando lá eu quase esbarro com uma moça que estava saindo. Vi o departamento médico vazio quando de repente surge uma senhora do corredor como se estivesse num filme de terror. Ela pediu para eu deixar o meu papel da imigração dentro do meu passaporte e entregá-la. Só que a carta da minha escola estava dentro do meu passaporte e eu fui retirá-la, quando o papel da imigração veio junto. Do nada a mulher começa a se exaltar e falar com raiva, quase gritando: EU NÃO DISSE A VOCÊ PARA DEIXAR O PAPEL DENTRO DO PASSAPORTE? POR QUE VOCÊS NÃO FAZEM O QUE EU PEÇO? TODO MUNDO FAZ A MESMA COISA. O que eu respondi: sorry. E ela retirou o papel e o passaporte da minha mão com uma cara que parecia estar com nojo. Ai ai, mas eu estava feliz porque o pior já tinha ido. Só que não parou por aí. Ela me perguntou sobre o meu raio-x. Eu disse que não tinha. Ela começou a reclamar de novo com um tom bem ríspido: E AGORA? A MOÇA QUE TIRA O RAIO-X NÃO ESTÁ AQUI (era aquela moça que na hora que eu cheguei tinha saído... ai ai, na hora que eu chego ela sai, nhém), COMO É QUE EU VOU TIRAR O SEU RAIO-X? SE EU VOU AO SEU PAÍS EU TENHO QUE TIRAR UM RAIO-X (haha... no Brasil? Até cachorro entra de paletó). ISSO DEVERIA SER LEI. Respirei fundo, ok, não respirei fundo, mas é bonito escrever assim (risos)... Disse a ela que ela estava certa. É claro que ela estava. Na posição que ela está ela nunca será errada ¯ ¯. Vou ter que tirar o raio-x depois.

E depois de ser maltratada passei por mais um guichê pois tenho que fazer meu registro na polícia e finalmente saí da imigração. Uffa, escrevi rápido, mas lá demorou. Peguei minhas malas e para compensar por tudo os 2 responsáveis em me buscar no aeroporto foram muito gentis. Um até disse que poderia me ensinar Francês e me deu um chip para o meu celular (agora tenho um chip Londrino e outro de Brasília) enquanto o outro ficava me enchendo de chocolate e frutas hehe. Demorou um pouco até eu chegar em casa pois tinham outras pessoas para serem coletadas (não, elas não eram amostras: ) Eu não sabia que o aeroporto de Heathrow era tão grande. No outro terminal fiz amizade com outras brasileiras que estavam a esperar por um prima também do Brasil que já estava 3 horas presa na imigração. Comparada a ela, eu fui rápida. Quando comentei com o motorista sobre isso ele disse que a imigração “aperta” mesmo quando é do Brasil, pois a fama das meninas aqui é bem feia. Eu lembro de quando morei em Londres em 2006 e um aluno quando soube que eu era do Brasil perguntou quantoS namoradoS eu tinha. Haha. Escutei rádio no carro e percebi que os londrinos falam tão bem que qualquer um poderia ser locutor. E um motorista de ônibus me paquerou hahahaha. Eu não agüentei e ri na cara dele, pois ninguém me paquera. Tive que vir a Londres para sentir essa emoção haha. Sexta eu fui procurar a minha escola e fiquei perdida de 9:30 às 12:00. Já estava chorando e me sentindo frustrada. Quando finalmente chego lá, a recepcionista disse que dia de “register” é só quinta. Ou seja, estou livre até quinta. Andei tanto que os meus pés doem demais. Meu nariz está queimado por dentro de tanto frio. It’s snowing CATS AND DOGS.

Amei o lugar em que estou hospedada. No meu quarto têm 2 camas: uma de casal e uma de solteiro e eu quase dormi no chão por não saber em qual dormir. Moro no terceiro andar em um apartamento. A dona é uma Jamaicana que tem a mesma paixão que eu: filmes. Ela tem tanto filme que deixa no chinelo a biblioteca de Alexandria (em questão de números no acervo). I’m not a patch on her. E também gosta de livros. Já vi livros na estante dela da Danielle Steel (o livro “Zoya” me fez chorar muito). Tem outro aluno aqui também (no outro quarto), um Colombino de 21 anos, formado em jornalismo e que veio a Londres aprender Inglês. Só estuda há 2 semanas e como examinadora de Cambridge que sou eu diria que ele já pode fazer KET hehe. Quase choro na frente dele quando ele disse que ia trabalhar de 5 às 7 da manhã limpando um escritório do banco. Ele é bem esforçado e veio a Londres pois era próximo dos outros países que ele gostaria de conhecer. Por um momento me arrependi de ter colocado no meu formulário do visto que eu não gostaria de trabalhar (assim o fiz para ter mais chances de consegui-lo). Existe uma TV de estimação no meu quarto. Talvez depois de mais ou menos 10 anos eu volte a assistir.

Enfim, por enquanto é isso. Sei que o email está grande, mas eu gosto de escrever. Ah, ainda não consigo acreditar que estou aqui. Existem alguns ônibus em Londres com o dizer que Deus não existe. Fiquei triste! Mas eu sei que Ele existe. Ele me trouxe até aqui depois de muita história. Estou muito agradecida e não ligo muito por saber que a comida aqui não é muito boa e a água... ai, a água, ela vem com um gosto especial de ferro haha (edição especial). Acho que vou aprender a cozinhar e como a comida aqui não é lá essas coisas, a minha vai ser bem gostosa haha. E também estou aprendendo a comer verdura. Hoje comi tomate. Mummys deve estar orgulhosa. No mais, é isso. No muito mais, estou bem. Bigada pela torcida e orações. Grata, mesmo. Um beijo e fiquem bem. E obrigada pelas respostas de email, pois eu me sinto amada.

Abraços

Larissa Fauber.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog!!!! Tenho muita vontade de ir a Londres para estudar, pretendo ir no máximo em 2 anos.
    Fico na torcida por você!!!

    Beijos

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  2. Desculpe, não há nada de especial em quem vai a Londres com um "pai-trocínio", quero ver se vc tivesse nascido em um classe social a menos... com isto é o mínimo que poderia fazer. See u

    Rodrigo
    consciencia_77@hotmail.com

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